quinta-feira, 10 de junho de 2010

Josó Fernando de Oliveira, mais conhecido como Pe. Zezinho - SCJ

Ele acha o título engraçado e diz com um leve sorriso: - Eu mais 500 outros. São tão multimídia que 9 entre cada 10 jornalistas novos nunca ouviram falar de mim e os mais antigos apenas sabem que eu existo. E não é culpa deles. Foi escolha minha! Sou cantor de bastidores. Mais faço cantar que canto. Não me tornei conhecido para divulgar minha canção e o meu pensamento. Divulguei o meu pensamento e a minha canção para um pequeno grupo e, quando o que cantei ou escrevi chegou mais longe, alguém me procurou e assim tornei-me um nome conhecido entre católicos e protestantes.



No âmbito de igreja meu trabalho aparece, mas meu rosto e minha pessoa ficam nos bastidores, pedindo que joguem os holofotes nos jovens e não em mim. Sei usar seu palco, mas prefiro mostrar os novos talentos. A Igreja tem que se renovar. Só apareço quando é preciso. Não sou homem de holofotes. Os holofotes é que de vez em quando me acham. Há duas doenças que não tenho: holofotite e microfonite agudas. E há uma santa da qual não sou devoto: santa Mesmice. Quem se repete demais não esta comunicando está regurgitando!...




Professor de comunicação por 25 anos no Instituto S.C.J, hoje Faculdade Dehoniana de Taubaté, com palavras claras define o papel do padre comunicador: Ele tem que deixar claro que veio e vem depois. Há sempre alguém maior e melhor do que ele em alguns aspectos e em algum lugar do país e até na sua região. Por isso ele deve resistir em misturar altar com palco, ou em permitir que os marketeiros da diocese ou da paróquia ponham sua foto em tamanho gigante no fundo do palco ou do átrio: Alguma coisa está errada no coração ou na cabeça do padre que aceita celebrar com um poster dele dez vezes maior do que o altar onde ele preside a missa, ou no que põe 40 fotos suas no seu CD de 12 canções. Tem “ eu” demais e pregador de menos ali!



Sobre o padre e a fama diz ele:
Sei de outros colegas padres que procuram espaço na televisão e no rádio para se tornarem conhecidos. E esse é um legítimo direito deles. Depois que se tornam conhecidos escrevem ou cantam e esperam ser convidados a pregar pelo país ou pelo mundo. Não é errado sonhar alto. Os apóstolos também viajaram. Mas vejam que mestre eles tiveram. Se no tempo deles houvesse Internet talvez tivessem, cada um, o seu site. Mas eu me pergunto se dariam o seu endereço oferecendo-se para ir dar palestras e shows. É um caso a ser debatido. Da minha parte espero que me achem. Nunca me ofereci para shows ou palestras. Sempre esperei ser convidado. Nos períodos em que ninguém me chamou escrevi mais de 80 livros. Não dependo de rádio e de televisão. Sei viver sem estes veículos e imagino que Paulo também saberia, embora sejam muito úteis Mas são como cavalo xucro. Quem monta de qualquer jeito não chega aos oito segundos... Respeito a mídia porque sem ela um povo acaba menos povo, mas não faço média para poder fazer mídia. Não a procuro. Se alguém da mídia me procura confio no seu senso profissional porque sei que o jornalismo é uma profissão difícil. Não é fácil ser isento. Se o repórter for injusto para comigo e se percebo que não registrou corretamente o que eu lhe disse e até me deturpou, entendo que nosso encontro gerou duas vítimas: eu que fui pisoteado nos meus direitos e ele que brincou com uma profissão que considero sagrada. A verdade passou por ele e ele a poluiu.




São ainda ideias dele passagens como esta:
Querer ser conhecido é bom. Querer virar ídolo é coisa de gente desmiolada. É pedir para perder a liberdade. A maneira como alguém ficou famoso ou conhecido é um caminho pessoal. O que acontece depois que se atinge a notoriedade na Igreja ou fora dela é que revela a pessoa que somos. Um atleta que escala um pico de 8 mil metros e lá finca para a posteridade uma bandeira com o próprio nome, demonstra qual a sua ética. O outro que põe lá a bandeira do seu país é muito mais pessoa.
Nos mais de 80 livros que publicou e nos mais de 115 álbuns de canções que já gravou, Pe Zezinho scj foi sempre o educador. Fez pensar. Sempre insistiu em ver seus jovens de livro na mão. Mais fez cantar do que cantou. Chamou gente para comunicar com ele. Revelou talentos. No tempo da febre da discoteca tentava entender aceitar aquela modalidade de diversão, mas preferia os jovens de biblioteca. Trouxe vários escritores para Igreja. Quem foi aos seus programas, às vezes acabou ganhando espaço próprio. Fundou grupos e obras que passou para as mãos de outros assim que entendeu que outros poderiam liderar.



Texto enviado por Gustavo Von Hohendorff - nosso GRANDE colaborador!


que manda um abraço a todos!
Shalom!

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